domingo, junho 24, 2007

Ah, o amor...

~Talvez a magia do amor confunda tanto quanto outras que nos agridem. É ferida interna que não cicatriza, é dor de estômago que não passa, é enjôo constante que angustia e anseia, é lesão nos joelhos, é música que não pára de tocar, é dor de cabeça que não passa, é segredo acorrentado, é angústia da dúvida, o pudor da nudez, o desejo aprisionado, a cabeça distante, a carta apodrecida no fundo do baú, as flores mortas e murchas numa tatuagem, uma caixa velha de um presságio, é o calor da chuva de vento, a frieza de um beijo embaixo do cobertor, o cheiro de um toque bem dado, o tato de um perfume fétido, o gosto de um toque, a visão do sabor, os desejos curtos, a paixão efêmera, o devaneio fugaz, o alimento envenenado para a alma, o mistério da imaginação, o sonho inconcebível, a voz aguda que não cala, os sussurros irritantes de uma noite tórrida, as armadilhas do labirinto da mente, as mesmices vividas de sempre, o presente mofado no fundo do guarda-roupa, as pernas entrelaçadas que se machucam, a dor do desconhecido, o toque numa planta com espinhos, os riscos de um flagrante apaixonado, o arriscar do bater de asas de uma borboleta recém saída do casulo, um tapa na cara, uma palavra mal-dita, nadadisso.

Ahh, o amor.
O amor é uma sinestesia.

2 comentários:

Isa disse...

Ô linda, demais esse texto!
:)

Todos os sentidos, e os planos sensoriais diferentes...

Li algumas vezes esse texto, e tda vez mostra algo diferente. Lindo, lindo, lindo.

Isa disse...

Quando eu crescer eu quero ser igual à Daanihh!
:D