sábado, outubro 31, 2009

Mulheres que não são de Atenas;

"Elas não têm gosto ou vontade

Nem defeito, nem qualidade
Têm medo apenas
Não tem sonhos, só tem presságios
O seu homem, mares, naufrágios
Lindas sirenas, morenas"
Chico Buarque, Mulheres de Atenas

Ao começar minha leitura diária de algumas colunas que eu adoro, me deparei com um texto que tocou num assunto bem interessante: que as mulheres estão cada vez mais tristes. Li o texto sem concordar muito, mas os fatos comprovaram os argumentos. Esta música de Chico nos fala das mulheres de Atenas, que são mulheres sem vontade, apáticas aos desejos do seu homem. Apáticas às carícias sexuais dolorosas e dedicadas ao seu homem, fazendo-lhe boas comidas, deixando a casa sempre bem arrumada, cuidando dos futuros cidadãos de Atenas.

As mulheres de antigamente tinham suas poucas obrigações e muitos sonhos. Cuidavam de suas casas, de seus filhos, de seus maridos e realizavam-se sendo boas esposas. Tinham sonhos de poder sair de casa, trabalhar e conquistar um espaço que antes nunca pensaram em ocupar. Envelheciam, viravam vovós gordinhas do lado dos vovôs e batiam bolos para os netinhos. Ainda existem mulheres de Atenas, mas agregadas a elas vieram muitas outras responsabilidades.

Hoje a mulher que cuida da casa, leva os filhos na escola, cuida do marido e ainda recebe insultos inglórios, ainda tem que estar maravilhosamente bem vestida, magra, disposta, com uma carreira consolidada, ser inteligente e ser moderada. É como se a luta das mulheres do passado tivesse estancado no "POSSO TRABALHAR E TER MEU PRÓPRIO DINHEIRO". As mulheres que transam com muitos caras continuam sendo vadias, as mulheres que não são muito bonitas continuam sendo discriminadas, as mulheres que são muito velhas continuam sendo abandonadas.

As mulheres que tem filhos, continuam cuidando deles sem seus maridos, as mulheres que estão acompanhadas de um homem mau continuam com ele por aparências, as mulheres continuam tentando se podar, as mulheres continuam sem poder gritar, as mulheres continuam sempre as mesmas. As mulheres continam tentando se libertar de suas raízes moralistas.

"TÔ SOLTEIRA E LATE QUE EU TÔ PASSANDO" é uma exposição de tudo o que a mulher não deseja ser. É a mulher que se dedicou demais a alguém e foi frustrada. É a mulher que vai expor seu corpo em busca de prazer que ela descobriu e sabe que pode ter. É a mulher que depois vai ser taxada. É uma prisão, uma coação de direitos.

Uma coisa eu sinto muito pelos homens: a gente não tá aguentando qualquer coisa mais não!
E nem deve.

"Quando eles embarcam soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam, sedentos
Querem arrancar, violentos
Carícias plenas, obscenas"

2 comentários:

R.C. disse...

Apoiado!

Adorei!

Anônimo disse...

Nossa, muito interessante seu comentário, achei esse blog procurando no google alguma doença psicológica que explique uma mulher continuar com um homem que a rejeita, tem amante, etc. Estou tentando ajudar uma parente. rs
O pior de tudo, é que a maioria das mulheres se prestam esse papel, são machistas, tentam manter o emprego pela beleza, trabalham fora e saem correndo do serviço para fazer a janta (mesmo que o marido tenha chegado antes).
No caso daquela universitária Geisa, eu vi um monte de mulheres criticando a menina e ignorando que a intenção dos caras era arrancar a roupa da garota, ignorando que aquilo não era um desrespeito só a ela, mas a todas nós. A mulher brasileira é muito hipocrita, mediocre e vive em disputas descabidas umas com as outras. Educam mal os filhos, não exigem que os maridos sejam presentes na vida deles, e o pior de tudo: possuem uma justificativa para TODAS as faltas masculinas: homem trai porque as mulheres são oferecidas, homem não tem talento para serviços domésticos...e por aí vai...
Obs: Claro que existem exceções como nós que estamos aqui discutindo isso, mas a maioria infelizmente é isso aí que descrevi.

bjsinhos a todas