quinta-feira, novembro 18, 2010

O meu homem com pegada;

Depois de ler um texto do Ivan Martins, "O homem com pegada", decidi escrever sobre.

A exaltação do sexo na atualidade não permite que as graças reais de estar com alguém, sejam de fato, importantes. Fala-se de homem com pegada, de funk proibidão e de bundas na televisão esquecendo-se do contexto que envolve duas pessoas na busca do prazer e do conhecimento de seu próprio corpo na estimulação de seus sentidos, sejam eles sexuais ou não. Pouco preocupados estamos, na realidade, em conhecermos a nós mesmos e respeitarmos a nossa condição diante do outro.

Numa TV que mostra Panicats, dançarinas do Faustão e toda essa vitrine de corpos esbeltos, pouco se vê pensamento ou ideia. Dentro das esferas familiares, acadêmicas e profissionais, pouco se nota o conceito existente em cada um e a essência produtiva que se pode sugar das pessoas. Nessa atmosfera, respeitar a condição de cada um é quase um martírio em se tratando da auto-crítica e das outras com as quais nos acostumamos.

Ultrapassar a barreira e respeitar o seu parceiro ou parceira é entender como as coisas realmente funcionam. Aprender a dar prazer ao outro sem esquecer de si mesmo e querer estar do lado de quem te faz bem mesmo quando a pessoa não te faz bem é delimitar-se. Indivíduos sentem prazer de mil maneiras diferentes e isso deve ser respeitado.

Então, com essa deixa, falo do homem com pegada de cada mulher, ou dos "homens com pegada" da vida de cada uma delas. É interessante perceber que do homem que puxa o cabelo, ao homem que fala de iluminismo, cada uma busca no outro, um pouco que não tem ou que sobra em si mesma de maneira que isso acrescente em uma relação (ou apimente);

Um homem com pegada, para mim, pra funcionar tem que ser inteligente. Tem que saber falar de Kotler, Nietzsche, da teoria do caos e da relatividade. Saber filosofar sobre a vida, ser um eterno buscador, descontente e antenado. Saber curtir qualquer tipo de programa, de surpresa, admirar ideias novas, conhecer coisas novas e se jogar sem rumo em alguma viagem.

De que adianta saber todas as posições do kama sutra e não ter ideia nenhuma na cabeça? É legal sentar e jogar conversa fora sobre a vida, sobre a ausência dela e sobre a merda que é ela. Despertar os meus sentidos é me fazer ouvir ideias novas, teorias e explanações malucas sobre o sentido das coisas.

É, de fato não adianta ter pegada e não deixar pegadas na minha estrada.

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