domingo, fevereiro 18, 2007

Vestido vermelho, de cetim.

Mariana estava cansada da monotonia diária. Aquela de sempre querer ser a perfeita em tudo. Muito cobrada pelos pais principalmente em seus estudos, ela se via pressionada demais e sem tempo para se divertir como as demais jovens da sua idade.

Conservava a pureza cândida da sua infância. O que lhe tornava meiga e atraente para alguns rapazes, porém jamais esboçara atitude positiva com relação a nenhum deles. Nunca havia antes, sentido o calor de um lábio sobre o outro, nem muito menos, o calor de um sexo, de um encanto químico-fugaz.
Acabado seu ensino médio, foi a um baile. Não tinha roupas de festa, pois não era ligada na aparência.

Queria mais mostrar o que tinha por dentro, mas naquele dia do baile, ela decidiu surpreender a todos! Colocou um vestido vermelho de cetim, com um laço tênue que lhe envolvia a cintura, marcando.seu corpo esguio e sutilmente desenhado de traços infantis. Seu rosto estava com um tom rubro colorindo-lhe as maçãs-do-rosto e seus lábios, seus cílios e sobrancelhas saltados, marcados por um doce negro tom. Atitude, comedida, apesar de sua mente fervilhar e ansiar por sensações novas naquele baile.

Convidada por um admirador, o qual Mariana decidiu esboçar uma atitude de aceitação e segurança, eles dançam calorosamente naquele salão, onde pedia mais fervor no coração e que tal um fervor sexual que ela jamais havia sentido? Mariana adorava dançar e sua inocência, jamais a impediu de dançar sensualmente, atraindo a todos com imensurável energia e beleza. A dança, permitiu a ela uma aceitação do seu corpo e de seus defeitos, propiciando para aquela noite de baile, sensações dançantes indescritíveis.

Do palco, fervilha Lionel Richie, com a deliciosa "Stuck on you" Mariana abraçada ao seu companheiro de dança, toda suada e ele também, beijam-se com ardor e suavidade. A mistura perfeita para seu primeiro beijo, que tinha sido então especial e porque não dizer, devasso? Ficaram abraçados então, para que sair daquele calor? Já que lá fora chovia e chovia... O jeito era prosseguir com as sensações fugazes de mais um amor juvenil.

Amanhecia já, faltava pouco para a estrela-da-manhã saltar ao azul celeste. Faltava pouco, porém o suficiente para que aqueles namorados prosseguissem suas carícias incessantes e excitantes. E isso os deixava cada vez mais próximos, íntimos. Tirando o laço que envolvia a cintura de Mariana, seu companheiro tapa os olhos dela e prossegue com um tom tênue: "Confie em mim" e Mariana queria mais era estar com ele naquele momento tão especial. Com os olhos tapados, Mariana se entrega ao prazer carnal com aquele que seria seu companheiro por mais um longo tempo. Tempo esse, que proporcionaria mais uma descoberta do ser-estar que descompassa os compassos da razão.

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