domingo, maio 06, 2007

Lágrimas sem chuva

Ontem parecia mesmo que ia me derreter em lágrimas. Me virei na cama e depois aquele choro entalado na garganta, teve mesmo que sair. Quando você perde alguém a sensação é que você jamais vai viver de novo daquela forma... Você passa pelos lugares de antes, mas não os vê com o mesmo olhar de antes. Parecia que antes aquela mobília da sala era mais colorida... Ou mesmo a cama, parecia estar menos vazia e menos chato o sono.

Você vê os mesmos filmes de antes, mas que não têm a mesma graça... Eles parecem meio melosos... E você desaba, claro... Num choro que se desconhece, que você sente falta. Não sabe de que e nem do que. O coração se derrete com aqueles casais na rua, mas passa a bater fraquinho quando percebe que no dia seguinte ele poderá não ter emoção mais.

Você economiza as batidas do coração pra um telefonema que você espera, mas que nunca chega. Pra um e-mail que você espera, mas que nunca chega. Pra uma visita, que você espera, mas que nunca vem. É como procurar roseira no deserto. É desgastante não ter mais pra quem ligar, nem mais pra quem contar sua semana. É desgastante procurar meios de catarse na bebida. É um martírio tentar reviver cada dia com uma pitada de nostalgia de um amor que já passou. É coração de fibra demais. É loucura demais. É amor demais.

Mas um poeta, precisa de sofrimento, para compor seus versos mais lindos. Por isso digo, essa não será a primeira e nem a última vez que hei de sofrer por amor. Uma coisa aprendi nesse tempo todo: ninguém se importa com seus sentimentos.

E assim, a vida anda, meu caro.

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