sexta-feira, maio 18, 2007

Procurando roseiras no deserto.

É tentar me perfumar e saber que você não vai sentir meu cheiro.
É tentar me vestir bem, e saber que você nem me verá.
É olhar cartas e cartas e saber que elas não trarão a vida.
É assistir os mesmos filmes, sem a graça de antes.
É ter um final de semana vazio, mesmo que não me falte companhia.
É recusar beijar outras bocas, mesmo sabendo que você pode beijar muitas.
É se iludir sonhando com o inexistente.
É lembrar com amor dum passado que não volta.
É andar sozinha, mesmo com milhares de pessoas em volta.
É o querer-não querer bem querer de te querer.
É contar a semana pra si mesmo num monólogo interno
É rir de si mesmo com as coisas engraçadas.
É lembrar com saudade das coisas boas.
É sentir desejo novo em cada sonho vazio.
É preservar uma lucidez prudente que não existe.
É querer você de novo.
É querer ficar assim mesmo como estou.

É como eu diria:
Procurar roseiras no deserto.
[Apesar de saber que um deserto em Israel as cultiva. Então, a esperança realmente não morre.]

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