Idade: Trinta e dois anos.
Estado civil: SOLTEIRA.
É como dizem que aos vinte se tem orgulho de ser efetivamente solteira, mas toda vez que Alone Aline preenchia questionários virtuais e não-virtuais, sua consciência a alertava que ela estava na idade de precisar de alguém. Ela nunca teve ninguém ao seu lado como deveria ser à la novelas de Maneco ou as comédias românticas com o Adam Sandler ou com a Anne Hathaway. Todos os seus relacionamentos anteriores foram poços sem fundo de frustração ou mesmo, no sentido literal do termo, verdadeiras perdas de tempo.
Certa vez em um bar com duas amigas e ambas casadas, sentou, pediu uma cerveja e conversando com as meninas sobre seus casos do passado, relacionamentos do presente e frustrações futuras, embriagou-se e foi para casa sozinha em seu carro. Chegou em casa, ligou a TV no Jô, ajeitou seu travesseiro e foi dormir com desejos de uma massagem e de talvez acabar a noite transando com alguém. Mas contraditoriamente, desejando-se mais do que qualquer outra pessoa no mundo e pensava sobre até onde valeria quebrar a cara novamente por alguém. Chorou. Dormiu.
Acordou atrasada para o trabalho e na correria do trânsito caótico de São Paulo, sem observar muito bem ao redor, Aline Alone viu estrelas e de seus braços estilhaços do vidro viraram sangue. Ao acordar no hospital, as flores no criado-mudo anunciavam o possível fim de Aline Alone, para realmente virar Aline, com alguém que realmente a amasse e torcesse para que ela se recuperasse logo.
Abriu o cartão.
“Filha, estamos torcendo por sua recuperação.”
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